5 de junho de 2011

O que havia antes do bullying? (Jean Wyllys)

Jean Wyllys de Matos Santos (baiano, 10 de Março de 1974), escritor e professor universitário, ganhou evidência nacional após ganhar o Big Brother Brasil de 2005. Em 2010 foi eleito Deputado Federal pelo PSOL (alçado ao Congresso Nacional pela votação do deputado reeleito Chico Alencar, que obteve 240.000 votos). O Deputado Jean, homossexual assumido, de acordo com seu discurso, não tem buscado veicular sua imagem ao programa de televisão BBB, mas a sua repercussão televisiva pode ter contribuído para divulgação de campanhas anti-homofobia e pelos Direitos Humanos dos Homossexuais

Vamos ao texto:

"Esta semana (artigo publicado em 08-07-2010), a Justiça condenou um estudante adolescente de Belo Horizonte a pagar uma indenização de R$ 8 mil por ter praticado “bullying” contra uma colega de sala de aula. Segundo os pais da vítima, o menino costumava chamar a garota de “tábua” e de “prostituta” e, não contente em lhe dar apelidos ofensivos, teria tentado cortar os cabelos da colega à força, levando-a a rejeitar o ambiente escolar.

Na época em que eu era colegial de escola pública, as violências verbal e física entre alunos ainda não tinha este nome – bullying – mas já existiam. Naqueles meus tempos de escola, as vítimas preferenciais do bullying eram os alunos afeminados, os negros, os gordos e as meninas, necessariamente nesta ordem; quando o aluno pertencia, ao mesmo tempo, a dois ou mais grupos estigmatizados (por exemplo, uma menina negra e gorda), ele sofria as violências com mais frequência e intensidade. Na época em que eu cursava o que hoje se chama de Ensino Fundamental, eu era constantemente vitima do bullying porque eu era sensível e afeminado.

(...) 

O combate ao bullying passa por políticas de educação que estimulem, entre os alunos (e também entre os professores!), os valores humanistas e o respeito à diversidade. Porém, para falar em diversidade, é preciso, antes, falar de identidade. O que é uma identidade ou o que é ter identidade?
Este conceito – identidade – está presente em nosso cotidiano e em nossas relações. E o objetivo de discuti-lo é justamente melhorar a qualidade de nossas relações. E quando falo em melhoria em nossas relações não me refiro apenas ao benevolente apelo à tolerância e ao respeito para com quem é diferente de nós; refiro-me ao reconhecimento da existência do outro, ao amor ao que ele tem de diferente."
O texto completo está disponível na página do Deputado.

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